Cidade Gráfica, 2014

MINIATURA: Cidade Gráfica
Curated by Elaine Ramos, Celso Longo and Daniel Trench
Itaú Cultural
São Paulo, Brasil
2014

MINIATURA was a collaborative project between Bruna Canepa and Ciro Miguel from 2011 to 2015.

APARTAMENTO DE 1KM

The rooms are like buildings, the apartment is the city: a domesticated city. 

O apartamento de 1 km é uma casa-faixa com dimensões que extrapolam a experiência de um lar típico. Não é só a escala urbana que está inserida dentro do apartamento, mas também seus próprios itens: outdoors, casas, jardins, neons, animais, paisagens, relevos, carro, cinema, ponte, ruínas. 

Os cômodos (alguns deles móveis) estão dispersos ao longo do apartamento, que é marcado por listras a cada 100 metros, indicando quanto já se percorreu mas também pontuando específicos eventos. É possível se locomover de carro, como numa cidade, ou simplesmente andando as longas distâncias entre os cômodos da casa. As distâncias e situações são levadas ao extremo. 

No final do quilómetro, uma pequena porta se abre e conecta o apartamento a um foguete, quase um arranha-céu prestes a decolar rumo ao infinito espaço. Como se o único alívio do mundo construído fosse embarcar numa viagem à Lua. 

CASA CIDADE 

Quem olha a casa Cidade pela janela de um avião não entende ao certo se é uma casa ou uma cidade. 

Os cômodos estão dispersos ao longo de sua área, como pequenas ilhas num oceano, conectados pela malha da cidade. 

A cidade não está dentro da casa, a casa é a cidade. 

O corredor é a avenida, o quarto é uma casa, o chuveiro é o lago, a dispensa é uma longelinea horta, a janela é um mirante, e o exercício é uma escalada na montanha (que aqui, é o cume de um arranha-céu). 

Uma escala monumental para as atividades banais de uma só pessoa. 

CASA FLUXO

Trens, pessoas, carros, bicicletas, navios, aviões. São os fluxos da 

cidade que definem o volume da casa. Um volume que, incapaz de interromper todos esses fortes vetores, os incorporou. 

Um sistema de mobilidade de uma cidade inteira atravessa a casa, como parte integrante do seu funcionamento interno – suas entranhas. O fluxo não para e portanto são os caminhos da cidade que deformam os volumes dos espaços privados, como uma rocha esculpida ao longo do tempo. 

A casa apresenta um paradoxo: um sólido estacionado porém dinâmico. 

Submetida ao movimento urbano, seus espaços estão condenados à mudança permanente.